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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Cidade Fantasma: Marcelo Bragança Rua

Entrevista que concedi à minha filha escritora Tainá Ruiz em seu blog Cidade Fantasma. Só clicar em cima do tópico abaixo. Não deixem de ler!

Leiam abaixo a entrevista na íntegra:

Cidade Fantasma: Marcelo Bragança Rua
http://livroscidadefantasma.blogspot.com.br/2013/05/marcelo-braganca-rua.html?spref=bl


Olá fantasminhas!
Hoje é dia de conhecerem mais um parceiro do blog, o meu querido Marcelo.
O Marcelo me adotou como filha dele e eu particularmente acho isso uma graça. E por isso fiz questão de apresentá-lo aos meus leitores, afinal, somos todos uma linda família ligada pelo amor aos livros. :')
Ele também me concedeu uma entrevista exclusiva, que você confere agora.




Marcelo Bragança Rua, escritor, nascido em novembro de 1971 na Cidade do Rio de Janeiro. Criado em São João de Meriti, área metropolitana do Estado do Rio. Cursou o ensino médio em técnicas contábeis. Trabalhou como comerciário, cobrador de ônibus e ajudante de caminhão até ser aprovado em concurso público da Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, onde é funcionário público.

Desde cedo teve despertado o interesse pela leitura e suas maiores influências vieram das literaturas contemporâneas, a brasileira e a latina. “Os Dias Voláteis ─ Romance da Juventude Brasileira” é seu primeiro romance. Além de escrever em prosa, faz também poesia e letras de música, confecciona contos e desenha histórias em quadrinhos de humor ácido e corrosivo.

Tem letras musicadas por uma banda de rock independente da cena alternativa da Baixada Fluminense: “Câncer” e “Poluição”, questionando o ser humano diante de si mesmo e da sociedade em que vive no CD independente “Como Hienas A Sorrir” (2008) da banda Um A Um.

“As Vagas Gigantes ─ Novo romance da Juventude Brasileira”, é seu segundo romance. Já pensou em viver de literatura, mas como este é um país em que pouca gente possui o hábito da leitura, vai ter que se contentar em continuar trabalhando até o dia em que ganhar o prêmio acumulado da loteria e então poder viver de renda para se ocupar tão-somente com aquilo de que mais gosta: escrever, sempre.



SINOPSE: OS DIAS VOLÁTEIS

“Os Dias Voláteis” tem esse nome porque fala de um período muito volátil de nossas vidas que é a transição da juventude para a idade adulta. O protagonista, Carlos Manfredo Júnior, às vésperas de completar a maioridade, vê-se a frente de um período de sua vida que irá marcá-lo profundamente, um período de muitas transformações e descobertas e que, apesar de seu caráter de transitoriedade, deixa marcas profundas e um rastro indelével em nossas memórias em um torvelinho de emoções.

E, em meio a todas estas questões próprias da juventude, ele se vê dividido entre a amizade e o bom senso, da fidelidade a um amigo ou a supervisão e admoestação paternas e a jovem de personalidade forte que carrega consigo vários segredos ou a menina que é um completo mistério para ele, a qual deseja ardentemente encontrar e que pode ser a resposta a todos os seus anseios mais profundos e desejos mais secretos.

A partir daí vários conflitos envolvendo Carlos e outros personagens irão se deflagrar em sua jornada pelo autoconhecimento, abordando vários temas: a influência marcante dos amigos nessa época, o primeiro emprego, abismo entre gerações, drogas na escola e gravidez na adolescência.

Tudo acontece em um ritmo vertiginoso, pois os dias parecem acelerar sua marcha com a conclusão de diversos acontecimentos, revelando o epílogo para todos os personagens e conduzindo a um final inevitável para o nosso protagonista.


SINOPSE: AS VAGAS GIGANTES

O primeiro livro "Os Dias Voláteis" traça um panorama da juventude brasileira em um período muito volátil de nossas vidas, porém de grandes transformações: a transição da juventude para a vida adulta.

A obra anterior “Os Dias Voláteis” e este “As Vagas Gigantes” se impõem como obras em separado as quais podem ser lidas de forma independente, sem que a sua cronologia seja de alguma forma afetada pela não-leitura de uma obra em primeiro lugar à de outra ou vice-versa.

A obra atual “As Vagas Gigantes” contém o que se pode considerar a continuação natural de “Os Dias Voláteis”, remetendo a um período mais maduro do protagonista Carlos Manfredo Júnior, buscando resgatar o amor de sua vida, trilhando um caminho que o levará ao rompimento com os fantasmas de seu passado, culminado finalmente em sua redenção final, como um vagalhão, um tsunami, uma onda, uma vaga gigante que tudo engole e faz naufragar, sepultando definitivamente o passado nas profundezas do mar que é a memória!


Página pessoal na internet (clique aqui)



* Notícia de última hora: o autor assinou contrato com a Habermann Editora que deve por seus livros nas prateleiras das lojas e livrarias a partir do segundo semestre deste ano. Enquanto isto não ocorre seus livros podem ser encontrados no site do Clube dos autores:


Entrevista: 

Em qual momento descobriu que gostaria de ser escritor?
Quando tinha dez anos de idade mandaram ler um livro na escola. Este livro era “Memórias de um Cabo de Vassoura” de Orígenes Lessa e a princípio eu me mostrei irredutível em minha decisão de não ler livro nenhum, mas eis que um novo universo se descortinou diante de meus olhos e eu me descobri um amante fervoroso de leitura. Creio que foi meu momento de epifania, meu primeiro instante de fluxo de consciência em que me vi diante de mim mesmo e do mundo e adotei uma nova resolução daí por diante e passei a ver as letras com outra visão.

O que o inspirou a escrever seu primeiro livro?
A vontade que tinha de falar aos jovens me utilizando de uma linguagem clássica que não soasse tão maçante. Sou um escritor moderno, mas que ainda se apega às tradições. Portanto acho que um livro com caráter tão descritivo não precisa ser enfadonho. Foi assim que nasceu a ideia para “Os Dias Voláteis ― Romance da Juventude Brasileira”: um livro para jovens em uma abordagem bem adulta e que pode tanto ser lidos por ambos, os mais jovens e os mais maduros. Além deste há outro na mesma linha chamado “As Vagas Gigantes ― Novo Romance da juventude Brasileira” e o terceiro e último livro de minha série com este tema cujo título (por enquanto, provisório) não devo revelar agora, mas que terá como adendo o subtítulo “Último Ato da Juventude Brasileira” encerrando esta trilogia.

Além do(s) projeto(s) atuai(s), tem outro(s) em mente?
Assim que tiver concluído este projeto devo iniciar outra trilogia abordando um tema gótico desta vez.

Se sim, poderia nos contar um pouco sobre ele?
Uma história de mortos-vivos ambientada no Brasil. Posso garantir que é bem original e reserva algumas surpresas para o leitor que não vai se arrepender de conhecer o seu conteúdo. Tento fugir ao máximo possível do lugar comum. (Me desculpem, admiradores do RPG, mas dei preferência a não ler uma página sequer de “Vampiro: A Máscara” enquanto não concluir minha própria trilogia vampiresca, ao menos por enquanto.) gosto de uma abordagem mais clássica da história do vampiro ― como, por exemplo, no conto de John Polidori ou do Stoker. Mas posso garantir que há bastante de meu mesmo na história que se seguirá. Sua sinopse está pronta há anos. Porém, como desejava dar continuidade ao meu Ciclo de Romances da Juventude Brasileira, adiei-o provisoriamente. Tenho partes inteiras dele prontas, porém.

Com qual de seus personagens se identifica mais? Por quê?
Carlos Manfredo Júnior, o protagonista de “Os Dias Voláteis” e suas sequências “As Vagas Gigantes” e o livro que está em andamento. Na realidade o primeiro livro é semiautobiográfico, mas duvido que se saiba que partes são reais na vida do personagem e quais foram inventadas por seu alter ego/autor/narrador. Bem, conforme você já deve ter deduzido até aqui, Carlos Manfredo Júnior é minha contraparte no universo semificcional que criei para minhas histórias. Os livros que dão continuidade a ele, entretanto, são completamente fictícios.

Que dica daria a alguém que quer escrever um livro, mas não sabe por onde começar?
(Espero não estar dizendo nenhuma bobagem aqui, é apenas minha maneira própria de ver as coisas; não sou nenhum arauto da verdade ― mas, vamos lá, então):
Escreva o máximo que puder sobre tudo que vê, ouve e sente. Faça anotações, rascunhos. Isto é um bom treinamento. Mas não coloque tudo que escreveu em seu livro. Lembre-se de que se trata apenas de uma atividade para desenvolver o escritor que havia em você e nem sempre tem a ver com o que você vai colocar em seu livro.
Fico também com uma máxima de Carlos Drummond de Andrade que diz assim, ao que me lembre: “Leia o máximo que puder e depois esqueça tudo.” Creio que ele tenha querido dizer que, tal qual antropófago literário, absorva todas as influências. E na sequência as esqueça para não cair no lugar comum.

Quais escritores têm como referência?
Gosto dos autores nacionais, portugueses e latinos, modernistas e contemporâneos. Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Teles e José Saramago. Gabriel García Marques, Manuel Puig e Mario Vargas Llosa. Também algo na linha do realismo naturalismo de Machado de Assis e Eça de Queiroz. E gosto de poetas e escritores da literatura beatnik como William S. Burrougs e Jack Kerouac, por exemplo. Entretanto o caráter extremamente detalhista em meus livros não veio com nenhum desses grandes autores da fase realista, mas de um norte-americano: David Morrell, que li aos dezesseis anos em seu livro “First Blood” que deu origem ao filme “Rambo ― Programado Para Matar”: a obra mais detalhista e excepcionalmente bem escrita que já li nestes termos!

Qual a maior dificuldade que enfrentou em seu caminho literário?
Creio que algum preconceito que vejo por parte das pessoas com o autor brasileiro. Normalmente não valorizam o que é produzido aqui e preferem ler tons, cores e padrões de autores estrangeiros, incentivados pela grande mídia que preferem investir na invasão ianque. Mas como reverter este quadro? Mudando a cabeça dos editores? Ou do público-alvo leitor? É muito difícil ser escritor em um país em que pouco tem o hábito regular da leitura e, quando o tem, preferem o que é produzido fora daqui. Mas não esmoreço só por causa disto e vamos em frente até onde der para ir, ou seja, eu só deixarei de escrever quando parar de respirar mesmo com todas as dificuldades já que amo o que faço.

Que livro acha que todos deveriam ler algum dia e por quê.
Eu, particularmente: livros que retratem o cotidiano comum do jovem nos tempos atuais ainda que tenham sido escritos há algum tempo, mas em uma realidade que não muda tanto assim para a cabeça do jovem: o desejo de mudar o mundo enquanto ainda não se perdeu a inocência como nos versos de “Quando O Sol Bater na Janela do Seu Quarto” do Legião Urbana. Embora eu tenha por costume dizer que “Os Dias Voláteis” é o meu “O Apanhador do Campo de Centeio” particular ainda quero ler o livro de J. D. Salinger.
Bem, acho que todos deveriam buscar leitura com informação relevante e fazer seu próprio julgamento com base nos fatos que lhes são apresentados e não como digam que devam fazer. Tenha opinião desde que seja sua própria e não a que foi imposta pelos outros. Como dizia Nietzsche: “ouse pensar”. Neste caso sugiro um de seus livros, não para dizer-lhes como se deva pensar, senão apenas, para que os estimulem a pensar.

Querido, agradeço pela sua presença aqui no blog. Desejo a você muito sucesso! Gostaria de deixar algum recado para os leitores?
Sim: sonhar é bom, mas tendo os pés na realidade. Por isto lute por seus sonhos, mas nunca se esqueça do mais importante que é trabalhar para tornar seu sonho possível e viver com dignidade.


Espero que tenham gostado! 
Beijos, até a próxima! \o

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