A SAGA DO SANTO CAVALEIRO
Quando
chego já é tarde. Não enxergo mais o vale, os javalis, rios e beija-flores. As
gazelas, montanhas e borboletas. As gentes do povo, suas vidas e seus amores. A
fauna, flora e vida se tornam obsoletas. Cavalgo por vales arrasados e
florestas devastadas e atravesso rios que secaram. Contemplo vilas incendiadas.
Horrorizado eu vejo quantos aldeões pereceram.
A
estiagem começou quando o reino vizinho declarou guerra trazendo consigo uma
criatura feroz. Soldados inimigos ocuparam nossas terras com seu monstro de
proporções inimagináveis e apetite voraz. Sua boca é uma ferida sangrenta
d’onde pinga seu veneno e o sangue dos inocentes. Uma chaga pustulenta pingando
o ácido que destruiu tantas vidas decentes. O Dragão mandou celebrar uma missa
para celebrar suas virtudes, seu orgulho e sua vaidade, a ganância e a cobiça e
assim glorificar suas atitudes.
O
mundo anda repleto de labirintos e armadilhas, mas não vá cair em suas
artimanhas. Tenha fé em seu potencial, pois a boa-fé remove montanhas e todos
nós temos algo de especial. Vamos pegar em armas e defender nossas famílias do
monstro que vendeu nossas riquezas e corrompeu sua alma, deturpou os seus
valores e nos prendeu na armadilha.
Meu
soberano dê a ordem: é chegada a hora e também o momento. Temos de servir e
proteger o povo. Vamos cavalgar e empunhar espadas para a paz reinar de novo.
Meu soberano dê a ordem: cabe a nós silenciar o seu lamento e fazer nossa nação
crescer de novo. Protejo os camponeses e resgato as donzelas. Sou cavaleiro da
reluzente armadura. Vou ao museu das já em desuso boas vontades recordar da Vida
que era menos dura. A Morte, um vento distante e as pessoas mais leves e puras.
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