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sábado, 23 de fevereiro de 2013

VERTIGEM


VERTIGEM

Somos tão frágeis e volúveis e nossa carne, vil e corrupta. Queremos alçar voo mais alto do que permitem nossas asas e sofremos queda tão abrupta. Certas coisas ditas ao vento podem ser venenosas e nossas atitudes são tão inconsequentes. Pulamos do trampolim e mergulhamos, caindo de alturas vertiginosas, riscando o céu como estrelas cadentes e atingindo o solo como um raio incandescente. Somos aquilo de que fomos feitos um dia: nossos sonhos, a loucura e a dor. Só que isto aqui não é uma aula de biologia, não, e nem um filme de terror. Você tanto teme aquela mulher que não enxerga só que ela não pode te ferir porque é toda feita de pedra e assim você logo pensa em as regras poder infringir. Você quer ir ao banheiro lavar essa sua cara suja e quer se barbear, mas não encontra o aparelho então vomita na privada frases infames e não tem coragem de se olhar no espelho. Você não passa dum pobre-diabo. Quer limpar o sangue que escorre pelos cantos da boca, mas os punhos estão ainda mais ensanguentados. Você é mesmo digno de pena: tira notas tortas de seu violino porque não consegue compor melodia mais amena, tortuoso caminho de um assassino.

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