A ÚLTIMA VEZ
Quando
Morte e Nascimento se tornam equivalentes e "sim" e "não"
significam "talvez", tudo o mais me parece indiferente: eu me
apaixonei pela última vez..
Quando
o Amor nasce e morre no mesmo logradouro e se tornam idênticos e repetitivos os
dias do mês, a última vez é sempre a primeira: eu me apaixonei pela última vez.
Formulo
perguntas fadadas a ficarem sem resposta e tudo que me resta é este abismo
imenso: Atlas suportou o peso dos Céus nas costas, porém não suportaria o peso
do seu silêncio. E nem mesmo Héracles poderia lhe aliviar das geleiras vindas
de um seu olhar.
Quem
sabe não sou eu A Mão e a Luva ou A esmeralda e o Camafeu; O Príncipe e o
Mendigo ou Frankenstein, O Moderno Prometeu. Talvez eu seja apenas um seu amigo
ou apenas um Tolo Apaixonado.
Quando
se tornas sutis os limites que separam Insensatez e Bom Senso, Loucura e Razão;
Forma e Tamanho, Cor e Padrão. Quando Motivação se funde com Desânimo e
Homônimos se confundem com Antônimos, trate de tomar cuidado: não seja você
como eu algum Tolo Apaixonado.
Após
um dia de chuva o Sol se torna mais forte. Mas essa Luz é falsa: são Falsos
Ídolos, Falsos Deuses. Após a Tempestade vem a Temperança. Mera ilusão: eu tudo
venci e ganhei, mas no caminho deixei cair todas as Esperanças. Eu me apaixonei
pela última vez. Yeah!
Tão belíssimo, que não se precisa dizer mais nada. Apenas relê-lo dez vezes. Parabéns, meu amigo.
ResponderExcluirmuito bom. Fez-me sentir correr-me dentro o rio da saudade do tempo que eu publicava meus poemas.
ResponderExcluirPois deixe o rio seguir seu curso dentro de si e continue a confeccionar tuas poesias pois já li grande parte do que escrevestes e sei que elas tem grande valor literário! Abraços ao povo de Maputo.
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