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sábado, 23 de fevereiro de 2013

A ÚLTIMA VEZ



A ÚLTIMA VEZ

Quando Morte e Nascimento se tornam equivalentes e "sim" e "não" significam "talvez", tudo o mais me parece indiferente: eu me apaixonei pela última vez..

Quando o Amor nasce e morre no mesmo logradouro e se tornam idênticos e repetitivos os dias do mês, a última vez é sempre a primeira: eu me apaixonei pela última vez.

Formulo perguntas fadadas a ficarem sem resposta e tudo que me resta é este abismo imenso: Atlas suportou o peso dos Céus nas costas, porém não suportaria o peso do seu silêncio. E nem mesmo Héracles poderia lhe aliviar das geleiras vindas de um seu olhar.

Quem sabe não sou eu A Mão e a Luva ou A esmeralda e o Camafeu; O Príncipe e o Mendigo ou Frankenstein, O Moderno Prometeu. Talvez eu seja apenas um seu amigo ou apenas um Tolo Apaixonado.

Quando se tornas sutis os limites que separam Insensatez e Bom Senso, Loucura e Razão; Forma e Tamanho, Cor e Padrão. Quando Motivação se funde com Desânimo e Homônimos se confundem com Antônimos, trate de tomar cuidado: não seja você como eu algum Tolo Apaixonado.

Após um dia de chuva o Sol se torna mais forte. Mas essa Luz é falsa: são Falsos Ídolos, Falsos Deuses. Após a Tempestade vem a Temperança. Mera ilusão: eu tudo venci e ganhei, mas no caminho deixei cair todas as Esperanças. Eu me apaixonei pela última vez. Yeah!

3 comentários:

  1. Tão belíssimo, que não se precisa dizer mais nada. Apenas relê-lo dez vezes. Parabéns, meu amigo.

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  2. muito bom. Fez-me sentir correr-me dentro o rio da saudade do tempo que eu publicava meus poemas.

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    1. Pois deixe o rio seguir seu curso dentro de si e continue a confeccionar tuas poesias pois já li grande parte do que escrevestes e sei que elas tem grande valor literário! Abraços ao povo de Maputo.

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