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sábado, 23 de fevereiro de 2013

ÀS VEZES É DIFÍCIL


ÀS VEZES É DIFÍCIL

Até quão fundo do poço se pode chegar! Dizem que basta a ausência de apenas uma engrenagem para se comprometer o funcionamento de toda a máquina e o coração, fustigado, interromper a contagem. Quando vem a tona velhos ressentimentos vem também toda e qualquer iminência de mais um lar desfeito. As lembranças ruins servem para a Discórdia como abrigo e alimento e para macular o que antes parecia ser perfeito.

Sim, eu sei, é difícil: fazer justiça àqueles que você magoou. Já conhecem seus truques e ardis. “Mas acreditem” ─ diz você ─ “juro, eu mudei!” Sim, eu sei, é difícil: depois de se burlar regras e leis pedir a concessão de mais um armistício. Querer que acreditem no remorso que você sente pelo mal que você desencadeou.

A noite passada, você acordou várias vezes sobressaltado, entre um pesadelo e outro, em suor banhado. Perturbava-lhe a visão de bares pés-sujos e mictórios fedendo a urina. Coisa mais sem eira nem beira isso de gente bêbada caindo pelas esquinas e as ratazanas comendo restos de comida na lixeira. A barra da calça suja de lama, caído no beco, derrubado. Sem cobertor, conforto, cama. Sem espírito de luta, esperança, alma aventureira. Sem honras ou glória, derrotado. E já não se importa, de qualquer forma ou maneira...

Até quão fundo do poço se pode chegar e uma vez lá no fundo as paredes sujas de limo escalar para sair desse poço imundo e uma saída à boca do túnel você poder enxergar!

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Agradeço as palavras de incentivo. Continue me prestigiando com suas visitas ao meu blog e tenha momentos agradáveis de leitura. Grande abraço.

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