ÀS VEZES É DIFÍCIL
Até
quão fundo do poço se pode chegar! Dizem que basta a ausência de apenas uma
engrenagem para se comprometer o funcionamento de toda a máquina e o coração,
fustigado, interromper a contagem. Quando vem a tona velhos ressentimentos vem
também toda e qualquer iminência de mais um lar desfeito. As lembranças ruins
servem para a Discórdia como abrigo e alimento e para macular o que antes parecia
ser perfeito.
Sim,
eu sei, é difícil: fazer justiça àqueles que você magoou. Já conhecem seus truques
e ardis. “Mas acreditem” ─ diz você ─ “juro, eu mudei!” Sim, eu sei, é difícil:
depois de se burlar regras e leis pedir a concessão de mais um armistício.
Querer que acreditem no remorso que você sente pelo mal que você desencadeou.
A
noite passada, você acordou várias vezes sobressaltado, entre um pesadelo e
outro, em suor banhado. Perturbava-lhe a visão de bares pés-sujos e mictórios
fedendo a urina. Coisa mais sem eira nem beira isso de gente bêbada caindo
pelas esquinas e as ratazanas comendo restos de comida na lixeira. A barra da
calça suja de lama, caído no beco, derrubado. Sem cobertor, conforto, cama. Sem
espírito de luta, esperança, alma aventureira. Sem honras ou glória, derrotado.
E já não se importa, de qualquer forma ou maneira...
Muito bem redigido. Congratulações!
ResponderExcluirAgradeço as palavras de incentivo. Continue me prestigiando com suas visitas ao meu blog e tenha momentos agradáveis de leitura. Grande abraço.
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